sábado, 28 de maio de 2011

Obesidade

A obesidade afecta já cerca de metade da população portuguesa. Os comportamentos de risco e o número de obesos estão a aumentar em Portugal, assim como o número de jovens que sofrem desta patalogia. O excesso de gordura corporal aumenta os riscos para tensão arterial elevada, doenças do coração, enfarte, diabetes, alguns tipos de cancro e outras doenças.
O índice de obesidade entre a população americana é de 18%. Entre os vegetarianos é de 6%, e nos veganos é de apenas 2%. Na realidade verifica-se que o peso médio dos veganos (adultos), comparando com os omnívoros, é inferior em 5 a 10 kg.
Os actuais hábitos alimentares com excesso de gorduras, carnes e sem nenhuma fibra, são responsáveis pelo elevado índice de obesidade.

A maioria dos ocidentais não come a quantidade necessária cereais, fruta e vegetais. O índice de crianças americanas que consomem os números recomendados de frutas, vegetais e grãos, é de apenas 1%. No entanto, o índice de crianças vegetarianas americanas que consumem os números recomendados de frutas, vegetais e grãos é de 50%. Quanto à percentagem de crianças com excesso de peso é de 25 %, enquanto que a mesma grandeza em crianças vegetarianas é de 8 %.

Para além da obesidade ser uma doença crónica, ameaçando tornar-se uma epidemia global, o número de jovens afectados por esta patologia está a aumentar. A obesidade está a crescer mundialmente, ao mesmo tempo que se verifica um aumento significativo do excesso de massa gorda nos jovens. Isto vai tendo repercussões no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Uma redução moderada de peso entre 5 a 10 por cento é um resultado excelente, já que diminui significativamente estes riscos e melhora a qualidade de vida dos doentes.
O exercício físico e uma alimentação equilibrada são fundamentais. Este tipo de prevenção revela grandes benefícios, não só pela redução do peso, como pelos efeitos do exercício físico no controlo tensional, na alteração dos lípidos, na recuperação funcional e no bem estar e qualidade de vida.
Uma quantidade adequada de proteínas, vitaminas e minerais, bem como outros nutrientes essenciais, são obtidos com o consumo de muitas variedades de alimentos que o reino vegetal oferece. Deve comer-se com moderação, escolhendo os alimentos que proporcionem o equilíbrio e a variedade e reduzindo o consumo de sal, gordura e açúcar. Por exemplo, a gordura num pacotinho individual de manteiga servido nos restaurantes é de 6 gramas. Por outro lado, um hambúrger apresenta 40 gramas de gordura. No entanto, a gordura encontrada num hambúrguer vegano (à venda em lojas de alimentação natural) é de apenas 3 gramas.

Os comportamentos alimentares em Portugal assumem, actualmente, um balanço muito desfavorável: por um lado, aumenta a intenção de emagrecer, por outro, os casos de obesidade sobem drasticamente e afectam já cerca de metade da população.

Por um lado, as dietas com intenção de emagrecer se traduzem em graves deficiências imunitárias, má formação óssea, envelhecimento precoce, destruição muscular e irregularidades menstruais. Por outro lado, entre as associações patológicas da obesidade destacam-se a hipertensão e a diabetes, uma doença cada vez mais frequente nas sociedades ocidentais.

O risco de diabetes em pessoas obesas é 40 vezes maior. Foi, aliás, esta preocupação em sublinhar a correlação entre a obesidade e o aparecimento de diabetes que levou os especialistas a criarem um novo conceito: a diabesidade. É uma nova forma de ver o problema, com base na associação intrínseca que existe entre as duas patologias, e que pode abrir perspectivas muito grandes na terapêutica unitária e na prevenção uniforme.

As consequências da obesidade podem ainda ser graves no que diz respeito a associações patológicas, morbilidade, mortalidade e custos com a saúde, que ascendem a vários milhões de contos por ano. Por exemplo, nos E.U.A a despesa médica anual directamente atribuída ao cigarro é de 65 biliões de dólares. Enquanto que a despesa médica anual directamente atribuída ao consumo de carne se situa entre os 60 e os 120 bilhões de dólares.

Em pessoas obesas, o risco de doenças cardiovasculares é 2 a 3 vezes maior. O risco de pedra nos rins é 2 a 3 vezes maior e o risco de cancro do cólon é 3 a 4 vezes maior.

De acordo com uma equipa de investigação dirigida por Christopher G. Streets, do Princess Margaret Hospital, em Swindon (Reino Unido), as pessoas obesas podem também ser mais propensas à indigestão. De acordo com os autores deste estudo, a obesidade pode ser a causa do funcionamento anormal do esfíncter esofágico inferior, membrana que separa o estômago do esófago. Os cientistas encontraram uma correlação entre o índice de massa corporal e a ocorrência de refluxo gastroesofágico. Segundo as conclusões do estudo, o excesso de tecido adiposo na região abdominal superior poderá ser responsável pela incapacidade do esfíncter funcionar adequadamente.
No problema da obesidade destacam-se ainda o papel da genética e dos estilos de vida. Prevenir a obesidade passa pela educação, pelo exercício físico e por uma cultura alimentar.


Referências:
http://saude.sapo.pt/gc/292459.html
http://www.mni.pt/destaques/?cod=1467
John Robbins, The food revolution

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